Os museus são espaços de memória de grande
contribuição histórica que pode estabelecer diálogos para diversificar as
fontes de aprendizagens dos alunos. Além de visitas e passeios, outra fonte de pesquisa é navegar pelos sites dos museus.
Aproveite
a lista do Mundial de Educação e trabalhe os museus virtuais como
ferramenta de aprendizagem entre seus alunos. Informação de Ana Basílio e
Jéssica Moreira do Centro de Referências em Educação Integral no Blog de Luís Nassif.
No Museu Virtual de Brasilia, em Brasília (DF), é
possível ter acesso ao histórico do museu, bem como à sua midiateca,
que reúne quatro vídeos da construção de Brasília; é possível planejar a
exibição de um filme por aula e fazer um trabalho de pesquisa mais
aprofundado sobre cada período a partir de questões: Qual o cenário
brasileiro na época da construção de Brasília? Quem foram as primeiras
pessoas a morar em Brasília (de quais classes sociais?). Para apoiar o
trabalho, utilize os documentos disponíveis para download – é possível
baixar documentos do Plano Piloto – e consultar a linha do tempo da
cidade. Em um tour virtual, é possível visitar a Catedral, o Catetinho, o
Congresso Nacional, o Pontão do Lago Sul, a Ponte JK e a Torre de TV.
O Museu Casa de Portinari fica localizado na casa onde Cândido Portinari residiu durante sua infância e juventude, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo (SP).
O local é um convite ao conhecimento sobre a obra do artista, sua vida e
questões ligadas ao seu tempo. Além de inspirar um trabalho de
pesquisa, a obra de Portinari pode ser pano de fundo para um trabalho
artístico junto aos alunos. A sugestão é que cada aluno identifique um
traço marcante de sua obra e a reproduza em uma criação própria – é
possível utilizar cartolina, canson ou outro material de sua
preferência. No site ainda é possível realizar uma visita virtual, e
visualizar algumas dependências do estabelecimento como fachada,
entrada, quarto do artista, ateliê, cozinha, entre outras.
O Museu da República,
que ocupa o antigo Palácio do Catete, que durante 63 anos foi o coração
do Poder Executivo no Brasil, é um convite à retomada histórica no Rio de Janeiro (RJ).
Os professores podem explorar o contexto da inauguração do museu,
pedindo que os alunos identifiquem pontos econômicos, políticos e
sociais do Rio de Janeiro no período. Outra possibilidade é avaliar a
arquitetura local, seus traços marcantes, e estabelecer comparativos com
as formas arquitetônicas modernas, de forma a explorar as
características de cada sociedade. Por meio de um tour virtual, é
possível conhecer algumas dependências do museu e colher informações
épicas.
É no Museu de Artes e Ofícios – MAO, localizado na Estação central de Belo Horizonte (BH),
que está representado o acervo do universo do trabalho, das artes e dos
ofícios no Brasil, No espaço é possível encontrar objetos, instrumentos
de trabalho e utensílios do período pré-industrial brasileiro.
Professor, é possível convidar os alunos a conhecer mais sobre a vida
pré indústria para que entendam como era a relação do homem com o
trabalho antes da chegada das máquinas; como eram as produções; os
custos; a demanda pelos produtos. O acervo do museu foi doado por uma
colecionadora e empreendedora cultural Angela Gutierrez; a partir dessa
informação, é possível pedir que os alunos pesquisem sobre outros
colecionadores da região – o que pesquisam, há quanto tempo, quantas
peças têm e qual a contribuição dessas pessoas com a memória e com a
história de um território.
Em 2013, a capital do estado do Mato Grosso, Cuiabá, comemorou 294 anos. Em homenagem à cidade, o Núcleo de Documentação e Informação Histórico Regional da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
em parceria com o Museu da Imagem e do Som (MISC), organizou uma
exposição virtual reunindo 35 imagens históricas sobre o cotidiano da
população capital mato-grossense e suas manifestações culturais. Os
destaques foram para as transformações que a cidade sofreu ao longo do
tempo, como obras de pavimentação; festa de São Benedito; ou o carnaval
cuiabano. A exposição virtual é uma boa pedida para professores que
desejam mostrar aos alunos que a história de uma cidade se dá além de
monumentos oficiais; que ela se constitui também por meio de
manifestações artísticas e urbanas, que ditam o modo de viver de
determinada população. Os professores podem pedir aos estudantes que
procurem em casa ou bibliotecas de seus bairros ou cidades imagens que
demonstrem essa história “não contada” das ruas e moradores locais.
O site do Museu da Bacia do Paraná é
uma possibilidade para entrar em contato com a história da região norte
do Paraná. O espaço funciona na primeira casa de Maringá, imóvel onde
residiu Alfredo Werner Nyffeler e sua família, o primeiro morador da
região. No endereço é possível encontrar uma exposição virtual com fotos
de personalidades e espaços públicos da cidade. Professor, visite as
fotos juntos com os alunos e extraia o máximo de informações da cidade.
Você pode pedir que os alunos contem a história de suas vidas, por
exemplo, para que eles entendam como as fotografias podem construir uma
narrativa ou resgatar memórias.
Em uma linha do tempo de 1920 a 1960, o Museu Virtual do Transporte conta a história de Fortaleza (CE) por
meio do transporte urbano. Imagens remontam ao tempo que o transporte
ainda era feito por tração animal, inaugurado em 1880, dando início ao
transporte de passageiros por bondes em Fortaleza. Depois, esse tipo de
transporte deu espaço aos bondes elétricos e, mais tarde, aos ônibus
movidos a gasolina, como se conhece nos dias de hoje. São diversas
fotos, com as quais os professores podem trabalhar diversas disciplinas,
como física e química, para falar sobre a manutenção desses modelos e
formas de combustão. Além disso, os professores podem utilizar o museu
virtual para explicar a importância do transporte nos espaços urbanos,
como ele foi se transformando e fazer também um link com as recentes
manifestações acerca do transporte público, que ocorreram em 2013.
A cultura indígena é bastante presente em Manaus (AM). Para evidenciar os hábitos e costumes indígenas e mesmo a contribuição desse povo no território, a sugestão é o site do Museu do Índio (Funai).
O site permite pesquisa a partir de um acervo online de documentos.
Professor, incentive os alunos a descobrirem quais tribos se encontram
em Manaus e em quais regiões especificamente; ajude-os também a
verificar o que a cidade modificou na vida dos indígenas; que tipo de
adaptação teve de ser feita; quais são as principais necessidades desses
povos.
O Museu do Ex-Voto- Casa dos Milagres, localizado no centro histórico da capital do Rio Grande do Norte, Natal,
pode ser visualizado também pela internet, em uma página que permite ao
usuário visualizar as principais obras de um total de 2.552. São
diversas imagens sacras e objetos de santuários do Rio Grande do Norte,
com destaque para a religiosidade das populações nordestinas. A mostra
serve de resgate, valorização e preservação da cultura brasileira por
meio de obras religiosas. O professor pode utilizar o tour para mostrar
aos estudantes as peculiaridades da região nordestina, assim como trazer
o artesanato e arte regional para dentro da sala de aula. É uma boa
pedida também para fazer uma linha do tempo da história brasileira e das
diversas manifestações religiosas existentes no país. Os professores
podem pedir aos estudantes que façam desenhos sobre as principais formas
de fé em suas cidades.
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) é uma referência em Porto Alegre (RS) no
que diz respeito ao estudo, conservação e divulgação da arte, compondo
um panorama abrangente de quase todos os movimentos artísticos que se
desenvolveram na região desde meados do século XIX até a
contemporaneidade. O endereço reúne obras e expressões de artistas
gaúchos essencialmente na pintura, como Maristany de Trias, Leopoldo
Gotuzzo, Libindo Ferras, João Fahrion, Edgar Koetz, Carlos Petrucci, e
outros representantes de diversas gerações. Professor, é possível
organizar os alunos para que pesquisem sobre a arte predominante na
região, as diversas gerações da pintura e suas características marcantes
e seus principais representantes. É possível organizar uma mostra no
colégio sobre cada um dos artistas pesquisados, para que os alunos
saibam da contribuição estética de cada um deles. Em paralelo, é
possível estudar quais movimentos compunham a cena artística da Europa,
América, explorando os nomes mais importantes.
Para quem ainda não conhece a capital pernambucana Recife (PE), vale a pena visitar o site Recife Virtual,
do Governo Estadual Pernambucano, que possui uma página onde o
internauta pode realizar um tour virtual pelos principais pontos
turísticos do local: museus, teatros, parques, praças, entre outros. Aos
professores, o site pode facilitar a localização de pontos históricos
da cidade e também inspirá-los a realizar atividades que também resgatem
os principais teatros, museus, praças e parques que estão em volta de
cada unidade escolar.
Em Salvador (BA) a sugestão é o site da Fundação Casa de Jorge Amado.
No endereço é possível encontrar a biografia do escritor e conhecer
grande parte de suas publicações, além dos diversos prêmios que elas
renderam. No mesmo endereço também está disponível a biografia de sua
mulher e também escritora Zélia Gattai e algumas de suas publicações. Na
área acervo estão disponíveis vídeos, fotografias e trabalhos
acadêmicos realizados sobre Jorge Amado e suas principais
características. Professor, o material pode servir de base para um
trabalho de pesquisa sobre o escritor para que os alunos entendam as
características marcantes de sua literatura; procure levantar as
temáticas mais conduzidas por Jorge Amado e também explorar com os
alunos como Salvador era retratado pelo escritor em suas obras.