13/12/2015

Artigo: O impacto causado pelos bens descartados

Noção de meio e ambiente

Ao caminharmos pelas ruas de nossa cidade é comum nos deparamos com cenas desagradáveis. A cada quarteirão existe pelo menos um terreno vazio precisando de melhor manutenção por parte de seus proprietários. Além do fato do maior interessado em zelar pelo seu patrimônio não fazer a manutenção mínima, a população ao redor e frequentemente as pessoas de outros bairros veem nessa situação uma oportunidade de se livrarem de  tudo aquilo que não serve mais.

Dessa forma, nos deparamos com diversos objetos que já tiveram sua utilidade para muitas famílias e hoje estão amontoados a céu aberto esperando a ação do tempo, para que esses lhe deem um destino, como se essa fosse a solução natural a tudo que não é mais útil. Um sofá desgastado que não pode mais ter seus assentos utilizados; um colchão que não é mais capaz de proporcionar um bom descanso a quem antes o usufruía, ou uma geladeira que já não cumpre a função de manter a “cervejinha” do fim de semana gelada! Assim como o televisor e o computador que agora com tantas novidades no mercado se tornam obsoletos rapidamente, precisando ser substituídos por um novo modelo disponível no mercado.

A essa visão caótica, de poluição visual, que podemos observar e imaginar sobre o bairro em que vivemos, há outras consequências agravantes. A ação do tempo, dos intempéries atmosféricos, trás a esses ambientes umidade e calor, que juntos acumulam mal cheiro, propiciando a proliferação de fungos, de insetos, roedores entre outros, que por sua vez podem trazer sérios riscos à saúde da população.

Neste cenário, ainda podemos nos deparar com outra forma de poluição  mais perturbadora aos olhos e olfato: as queimadas. Estas facilitadas pelos galhos e troncos de árvores cortados clandestinamente e que juntam-se aos objetos descartados nos terrenos. Feitas de forma indiscriminada, só pela simples vontade de quem praticou ver as laberadas subirem mesmo com o risco de chegarem aos fios de alta tensão, ou por acreditarem que essa seja a forma mais rápida e correta de solucionar um problema que incomoda a todos, seja quem contribui de forma ativa para sua instalação ou não.

Contudo, convido-os a fazermos um julgamento da nossa parcela de culpa seja por uma ação ativa ou passiva, para essa visão que insiste em aparecer diante de nossos olhos a cada caminhada, ida ao trabalho, ao supermercado, quando levamos o filho à escola...  Ou será que tornou-se algo tão natural, quase parte da paisagem, que ao menos não notamos mais?!

Por:Vânia Specian 
Doutora em Biologia Comparada

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